
O sentimento de novo se propaga
A rebeldia de nada vale
O recomeço só pagando taxa
E o endereço não é a casa certa.
O maior medo é o que faz a força
A pior aparência é onde está o luxo
E o lixo já não fede
E o melhor não tem perfume
A diferença não está em conflito
E o maior dá o braço a torcer.
O pensamento de longe é bonito
E o que recebemos é só castigo
Se dependesse
Estaria envolvido
Entre quatro paredes
Onde não se ouve som
Não se arrepender
É o mais esquisito
E o defender
Já não está comigo.
Já não falo em volta
Já perdi o pensamento
O apagado é o melhor
E o escrito esquisito
Chega de rimas
Chega de versos
Chega de ser normal
Não dá mais...
Não poderei ser eu mesmo
Me envolvi demais.
Mas preste atenção
Não é assim que se faz.
Não há modelos
Não há mais nada
Só há catelos
Com enormes muralhas
E eu aqui na areia
Observando o mar
O mar de ideologias
Que não pretendem chegar.
Vejo tudo
Vejo o mundo
E vi a palha
Que guardas na mão
É ela a herança
É ela a desavença
Já não tenho esperança
Muito menos crença.
Acaba tudo tem areia p'ra recomeçar
Quero mais uma vez tentar!
Construir o castelo
Derrubar a barragem
Não vejo operários
Não vejo mordomos
Não vejo estrelas
Só sinto a energia
De algo estranho
Que me foge
Não o quero
Vai-te
Foges
E não voltes
Para que não me encomodes.
Não quero mais nada
Nada mesmo
Entrego tudo
Menos a mim
Que estarei
A derrubar e construir
O passado e o futuro
E cada vez mais
Estarei fortalecido
Como um castelo de palha
Que se vê no horizonte.
Jonatas do Reino
05.02.2002
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